
REPERTÓRIO CANTADO
Barraco
Ederaldo Gentil
Eu e a Viola
Ederaldo Gentil
Amargura
Ederaldo Gentil e Paulo Diniz
O Ouro e a madeira
Ederaldo Gentil
Saudade me mata
Ederaldo Gentil
A Bahia Vai Bem
Ederaldo Gentil e Batatinha
Fevereiro eu volto
Ederaldo Gentil e Eustáquio Oliveira
O Samba e você
Ederaldo Gentil, Nelson Rufino e Memeu
In lê In Lá
Ederaldo Gentil/Anísio Félix
Baticum
Ederaldo Gentil
Samba canto livre de um povo
Ederaldo Gentil e Edil Pacheco
Esta exaltação contou com a participação especial do convidado Edil Pacheco.
O GRES Bule contou com
Caco Bressane, Cesinha Pivetta, Eduardo Bifulco, Flavio Lobo, Francisco Inácio, Patrick Paes, Rafael Werblowsky, Ronaldo Fernandes, Thiago Lopes, Thiago Nogueira, Thiago Oliveira, Thomas Mendes, Vinícius Rehder e Vinicius Rodrigues,
Ederaldo Gentil, o compositor de pérolas finas
João Nogueira disse certa vez que muitos sambistas compunham muito boi com abóbora apenas para preencher o disco e guardar alguma pedrada para um próximo trabalho. Ouso dizer que não é o caso do baiano Ederaldo Gentil.
Nascido em 07 de setembro de 1947, Ederaldo possui uma obra que mistura a rica poesia com diferentes levadas harmônicas. Passeia pelo samba de roda, flerta com o canção, emociona com sua africanidade e nos faz abrir a cabeça com suas críticas sociais.
Sem contar sua ligação com o samba enredo. Tinha no coração a escola Filhos do Tororó e era um de seus maiores compositores. Logo aos 20 anos venceu o Festival de Música da Prefeitura de Salvador e emplacava o enredo da escola. No ano seguinte, em 1968, vence o mesmo festival que teve na composição do júri Dorival Caymmi e Jorge Amado.
No ano de 1970, Ederaldo dá provas de seu talento. Brigado com a diretoria da escola de coração, aceitou o convite das rivais e compôs um enredo para todas elas.De acordo com o jornalista André Carvalho, do Nota de Rodapé, “um fato inédito e histórico aconteceu: um compositor emplacou sambas enredo em quase todas as Escolas de Samba do grupo de elite. Somente a sua querida Escola não cantou um samba dele naquele ano”.
Com a prova de talento, os anos seguintes trariam Ederaldo ao cenário nacional. Em 75, o Conjunto Nosso Samba grava “O Ouro e a Madeira”. No mesmo ano, lança o álbum “Samba, canto livre de um povo”. “Pequenino”, seu segundo trabalho gravado, é produzido em 1976.
A invasão e transformação que o cenário musical do sul sofreu, também ocorreu na Bahia. O samba perdeu seu espaço. O sambista perdeu sua voz.
Em 1999, o parceiro e músico, Edil Pacheco, produz o álbum Pérolas Finas, reunindo nomes importantes da nossa música em um tributo a Ederaldo. O álbum tinha um time de feras como: João Nogueira, Beth Carvalho, Luiz Melodia, Paulo César Pinheiro, Gilberto Gil e outros.
Infelizmente, o nome de Ederaldo caiu no esquecimento mais uma vez. Passou os últimos anos morando com a irmã Denise. No dia 30 de março de 2012, morre aos 64 anos, de falência múltipla dos órgãos. A desvalorização de nossa cultura, a desvalorização do nosso samba, nos fez perder Ederaldo Gentil.
Como falado no início do texto, Ederaldo foi um sambista diferenciado. E seus sambas não foram simplesmente sambas...são “pérolas finas” e temos a enorme satisfação em exaltar seu nome na noite deste 25 de abril.
Ederaldo Gentil é um sambista baiano, brasileiro, e merece ter melodia tocada sua poesia cantada em rodas de todo o Brasil.
Evoé e Axé a Ederaldo Gentil!